Decepção ou Aprendizado
Muitas vezes não sabemos definir com exatidão qual a nossa realidade no plano físico. Sabemos que somos espíritos encarnados e que temos o infinito tempo para continuar construindo algo em nossa caminhada evolutiva até chegarmos a perfeição relativa, difundida por Allan Kardec em O Livro dos Espíritos.
Muitas pessoas, filhos do mesmo Pai, tentam buscar a felicidade de alguma forma ou de alguma maneira, mas na realidade nunca percebem que ferem a si mesmos quando não conseguem respeitar a lei do livre arbítrio.
Ao caminhar, o ser encarnado começa a depositar sua fé, seu sentimento, seu amor, sua veneração em outro encarnado que também está na mesma caminhada evolutiva e, esquece um dos princípios básicos relacionados a isso, que o ser encarnado, em que foi depositado um grande sentimento, está no mesmo patamar de aprendizado em direção à Vida Maior.
Na maioria das vezes, uma grande decepção ser faz presente nestes casos, assolando os corações dos seres que sentem algo por alguém e que não conseguem discernir a realidade do espírito em questão que está em processo de evolução espiritual. Isso trás um grande sentimento de vazio, decepção e, muitas vezes, desespero por enxergar a verdadeira face ou a verdadeira essência dos espíritos encarnados na Terra labutando sua melhora ou estacionando sua consciência cósmica em sentimentos mesquinhos.
O aprendizado em nosso mundo vem como sofrimento, pois é a única maneira que nosso estágio evolutivo consegue entender a lição da melhor forma, levando o espírito a refletir em si e nas atitudes que o levam ao desespero. Há outra maneira, é claro, de entender o caminho da Verdade, mas num mundo de provas e expiações na qual estagiamos não conseguimos entender senão através da dor.
Essa decepção vem de maneira dolorosa para o coração que depositou muito carinho, amor e confiança em alguém que nos é caro, porém existe o outro lado da moeda, como se diz no mundo. As lições que são catalogadas como ruins devem ser vistas por todos os ângulos possíveis, antes mesmo do espírito encarnado começar a julgar a justiça divina e as leis que regem o universo.
Analisando a decepção por outro ângulo, dá-se a possibilidade de enxergar em seu próprio irmão, que não consegue continuar a caminhada evolutiva vivenciando as lições de Cristo Jesus, um modelo dos céus para te ensinar a não o copiá-lo nas atitudes. Muitas vezes a mesquinhez, o orgulho, a arrogância e o pré-julgamento levam os seres humanos a lutas intermináveis e carregam consigo durante várias e várias reencarnações e não conseguem se livrar disso. Veja por esse ângulo – se uma pessoa te decepcionou por utilizar-se de extrema arrogância e mesquinhez na caminhada evolutiva, feche sua casa mental para julgamentos e não deixe que a desordem ocasionada por determinado ser, se instale em seu psiquismo, levando-o a tristeza, melancolia, rancor ou mágoa, crescendo até um possível ódio – faça suas orações diárias e enderece suas melhores vibrações de amor para todos aqueles seres que o fizeram chorar, mesmo que por pequenos instantes.
O Amor, como prática de vida cristã, a tudo reconforta, reconstrói e renova. A natureza destrói para reconstruir não é? Porque deveria ser diferente com o ser encarnado em que a desordem pode ser instalada por uma nuvem carregada de arrogância ou orgulho, fazendo cair os tormentos da vida na alma?
Abrimos nossos olhos para a realidade da vida e para a realidade das questões que são pertinentes ao mundo de provas e expiações na qual todos estamos estagiando, procuremos achar o melhor ponto da dor sentida para que o Amor Celestial faça a sua parte na centelha divina que foi criada por Deus Maior e que eleve esse espírito na sua caminhada evolutiva aos planos maiores da Perfeição Relativa onde reside o Amor Celestial, ainda não vivenciado na Terra de forma plena por todos seus habitantes, apenas por Cristo Jesus, que mostrou na vida e na cruz o Seu Verdadeiro Amor.
São Paulo, 29 de agosto de 2010
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