quinta-feira, 17 de março de 2011

Catástrofes da natureza – Justiça Divina?

Capítulo VI – Livro dos Espíritos – Allan Kardec

Destruição necessária e destruição abusiva

Pergunta 728: É lei da Natureza a destruição?

“Preciso é que tudo se destrua para renascer e se regenerar. Porque, o que chamais destruição não passa de uma transformação, que tem por fim a renovação e melhoria dos seres vivos.”

Nos últimos dias, todos nós assistimos cenas muito chocantes, cenas reais que mais pareciam trechos do filme “Um Dia Depois de Amanhã” do que a pura realidade de nosso planeta.

A capacidade de destruição e regeneração do nosso planeta é comandada por espíritos superiores que têm o controle dos nossos destinos e que absolutamente nada passa desapercebido por eles.

Muitas vezes – senão todas as vezes – chamamos Deus de injusto, incoerente, mau, etc. Mas, temos que analisar muitas questões importantes, principalmente todos que se julgam, espíritas, espiritualistas, universalistas, umbandistas, etc. devem questionar a si próprios, a fé que dizem professar. Porque?

Nós julgamos professar uma fé de vida eterna, lei da reencarnação, um Deus justo e infinitamente bom, etc. Uma simples pergunta: Se acreditamos no que professamos, porque fazemos achamos que Deus “errou” ou “falhou”? Não há sentindo nem coerência nesse pensamento.

Kardec perguntou para os espíritos da equipe do Espírito Verdade se É lei da Natureza a destruição?

E os espíritos respondem que há necessidade de se destruir para renovar, regenerar. E os espíritos ainda apontam a nossa incapacidade de analisar além da nossa matéria grosseira dizendo “o que chamamos de destruição não passa de uma transformação, que resumindo traz a renovação e melhoria dos seres vivos” em vários aspectos. 

E porque?

Pegando o exemplo dos 2 últimos tsunamis que arrasaram o mundo – um na Indonésia e outro no Japão – nos mostrou a grande capacidade de solidariedade e amor ao próximo que o ser humano tem dentro de si, mas que na maioria das vezes, não tem capacidade de colocar em prática em todos os dias da nossa existência. Ajuda de todos os 4 cantos do planeta aparecem: ONGs, políticos, entidades não governamentais, empresas privadas, etc. Todos se unem para ajudar aos que precisam.

Outro aspecto é a natureza: o movimento das placas tectônicas que remexeram com uma grande intensidade que criou ondas gigantescas que varreram algumas cidades do Japão, modificando inclusive o panorama geofísico do planeta. Segundo informações de geofísicos, no tsunami da Indonésia, o eixo imaginário do Planeta Terra moveu 6º, e nesse último tsunami (sem confirmações ainda) o eixo imaginário moveu 25cm. 

Lembram de Kardec?

Xangô também é conhecido
com o orixá que representa a Justiça
“o que chamais destruição não passa de uma transformação, que tem por fim a renovação e melhoria dos seres vivos.” 

Onde está nossa fé em Deus? 
Onde está nossa fé naquilo que professamos? 
Deus não é infinitamente justo e bom?

Muitos podem me achar que é “ser frio” pensar desta forma. 

Porém, somos ou não seres eternos da criação? 
Somos ou não filhos do Pai Supremo?

Precisamos deixar de lado essa “fé de qualquer jeito”, “brincarmos de acreditar na reencarnação” e fazermos parte dessa família espiritual que está em toda parte.

Jesus disse: Vós podeis fazer o que eu faço e muito mais (João 14:12).

O próprio Cristo nos deixou esse legado de que somos capazes de mudar o mundo através do amor que existe lá dentro, bem escondidinho. Porque precisamos sofrer para amar de verdade?

731. Por que, ao lado dos meios de conservação, colocou a Natureza os agentes de destruição? 
“É o remédio ao lado do mal. Já dissemos: para manter o equilíbrio e servir de contrapeso.”

733. Entre os homens da Terra existirá sempre a necessidade da destruição?
“Essa necessidade se enfraquece no homem, à medida que o Espírito sobrepuja a matéria. Assim é que, como podeis observar, o horror à destruição cresce com o desenvolvimento intelectual e moral.”

E para fechar, com todas as letras esse post, colocarei o item 2 desse Capítulo - Livro dos Espíritos. Esse item é um pouco extenso, mas acho excelente para lermos inteiro e refletirmos...

Flagelos destruidores

737. Com que fim fere Deus a Humanidade por meio de flagelos destruidores?
“Para fazê-la progredir mais depressa. Já não dissemos ser a destruição uma necessidade para a regeneração moral dos Espíritos, que, em cada nova existência, sobem um degrau na escala do aperfeiçoamento? Preciso é que se veja o objetivo, para que os resultados possam ser apreciados. Somente do vosso ponto de vista pessoal os apreciais; daí vem que os qualificais de flagelos, por efeito do prejuízo que vos causam. Essas subversões, porém, são freqüentemente necessárias para que mais pronto se dê o advento de uma melhor ordem de coisas e para que se realize em alguns anos o que teria exigido muitos séculos.” 

738. Para conseguir a melhora da Humanidade, não podia Deus empregar outros meios que não os flagelos destruidores?
“Pode e os emprega todos os dias, pois que deu a cada um os meios de progredir pelo conhecimento do bem e do mal. O homem, porém, não se aproveita desses meios. Necessário, portanto, se torna que seja castigado no seu orgulho e que se lhe faça sentir a sua fraqueza.”

a) Mas, nesses flagelos, tanto sucumbe o homem de bem como o perverso. Será justo isso?
“Durante a vida, o homem tudo refere ao seu corpo; entretanto, de maneira diversa pensa depois da morte. Ora, conforme temos dito, a vida do corpo bem pouca coisa é. Um século no vosso mundo não passa de um relâmpago na eternidade. Logo, nada são os sofrimentos de alguns dias ou de alguns meses, de que tanto vos queixais. Representam um ensino que se vos dá e que vos servirá no futuro. Os Espíritos, que preexistem e sobrevivem a tudo, formam o mundo real (85). Esses os filhos de Deus e o objeto de toda a Sua solicitude. Os corpos são meros disfarces com que eles aparecem no mundo. Por ocasião das grandes calamidades que dizimam os homens, o espetáculo é semelhante ao de um exército cujos soldados, durante a guerra, ficassem com seus uniformes estragados, rotos, ou perdidos. O general se preocupa mais com seus soldados do que com os uniformes deles.”

b) Mas, nem por isso as vítimas desses flagelos deixam de o ser.
“Se considerásseis a vida qual ela é e quão pouca coisa representa com relação ao infinito, menos importância lhe daríeis. Em outra vida, essas vítimas acharão ampla compensação aos seus sofrimentos, se souberem suportá-los sem murmurar.” Venha por um flagelo a morte, ou por uma causa comum, ninguém deixa por isso de morrer, desde que haja soado a hora da partida. A única diferença, em caso de flagelo, é que maior número parte ao mesmo tempo. Se, pelo pensamento, pudéssemos elevar-nos de maneira a dominar a Humanidade e abrangê-la em seu conjunto, esses tão terríveis flagelos não nos pareceriam mais do que passageiras tempestades no destino do mundo.

739. Têm os flagelos destruidores utilidade, do ponto de vista físico, não obstante os males que ocasionam?
"Têm. Muitas vezes mudam as condições de uma região. Mas, o bem que deles resulta só as gerações vindouras o experimentam.”

740. Não serão os flagelos, igualmente, provas morais para o homem, por porem no a braços com as mais aflitivas necessidades?
“Os flagelos são provas que dão ao homem ocasião de exercitar a sua inteligência, de demonstrar sua paciência e resignação ante a vontade de Deus e que lhe oferecem ensejo de manifestar seus sentimentos de abnegação, de desinteresse e de amor ao próximo, se o não domina o egoísmo.”

741. Dado é ao homem conjurar os flagelos que o afligem?
“Em parte, é; não, porém, como geralmente o entendem. Muitos flagelos resultam da imprevidência do homem. À medida que adquire conhecimentos e experiência, ele os vai podendo conjurar, isto é, prevenir, se lhes sabe pesquisar as causas. Contudo, entre os males que afligem a Humanidade, alguns há de caráter geral, que estão nos decretos da Providência e dos quais cada indivíduo re submissão à vontade de Deus. Esses mesmos males, entretanto, ele muitas vezes os agrava pela sua negligência.”
Na primeira linha dos flagelos destruidores, naturais e independentes do homem, devem ser colocados a peste, a fome, as inundações, as intempéries fatais às produções da terra. Não tem, porém, o homem encontrado na Ciência, nas obras de arte, no aperfeiçoamento da agricultura, nos afolhamentos e nas irrigações, no estudo das condições higiênicas, meios de impedir, ou, quando menos, de atenuar muitos desastres? Certas regiões, outrora assoladas por terríveis flagelos, não estão hoje preservadas deles? Que não fará, portanto, o homem pelo seu bem-estar material, quando souber aproveitar-se de todos os recursos da sua inteligência e quando aos cuidados da sua conservação pessoal, souber aliar o sentimento de verdadeira caridade para com os seus semelhantes?

2 comentários:

  1. Carlinhos, parabéns pela matéria e pelo conteúdo do blog, esta fantástico!
    Um abraço - Géro

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  2. Carlos Moraes Jr. boa matéria.Muito bem fundamentada. Como voce disse acima, algumas das respostas postadas no Livro dos Espíritos são bem longas, complexas, e por vezes de difícil compreensão por muitos...mas a função do estudante é essa, reescrever o memso sentido da Lei de Kardec, porém, numa linguagem mais simpre, direta e objetiva. Sucesso. Pedro Alboneti

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