quinta-feira, 30 de setembro de 2010

30 de setembro - Xangô


Olá pessoal...

Hoje, 30 de setembro, comemoramos o Dia do orixá Xangô.

Dando continuidade ao que venho fazendo neste blog, a seguir um trecho retirado do site http://pt.wikipedia.org/wiki/Xango que conta um pouco sobre a mitologia africana, dita em várias roças e barracões de Candomblé no nosso grande Brasil.

Um pouco da Mitologia Africana

Na África

Shango ou Sango, é Orixá de origem Yorubá. Seu mito conta que foi Rei da cidade de Oyo, identificado no jogo do merindilogun pelos odu obará, ejilaxebora e representado materialmente e imaterial pelo candomblé, através do assentamento sagrado denominado igba xango.

Pierre Verger dá como resultado de suas pesquisas que: Shango ou Xangô, como todos os outros imolè (orixás e ebora), pode ser descrito sob dois aspectos: histórico e divino.

Como personagem histórico, Xangô teria sido o terceiro Aláàfìn Òyó, "Rei de Oyo", filho de Oranian e Torosi, a filha de Elempê, rei dos tapás, aquele que havia firmado uma aliança com Oranian.

Shango, no seu aspecto divino, permanece filho de Oranian, divinizado porém, tendo Yemanjá como mãe e três divindades como esposas: Oyá, Oxum e Obá.

Shango orixá dos raios, trovões, grandes cargas elétricas e do fogo. É viril e atrevido, violento e justiceiro; castiga os mentirosos, os ladrões e os malfeitores. Por esse motivo, a morte pelo raio é considerada infamante. Da mesma forma, uma casa atingida por um raio é uma casa marcada pela cólera de xangô.

No Brasil

Xangô foi o quarto rei lendário de Oyo (Nigéria, África), tornado Orixá de caráter violento e vingativo, cuja manifestação são os raios e os trovões. Filho de Oranian, teve várias esposas sendo as mais conhecidas: Oyá, Oxum e Obá. Xangô é viril e justiceiro; castiga os mentirosos, os ladrões e os malfeitores. Sua ferramenta é o Oxê: machado de dois gumes. É tido como um Orixá poderoso das religiões afro-brasileiras.

Enquanto Oxossi é considerado o Rei da nação de ketu, Xangô é considerado o rei de todo o povo yorubá. Orixá do raio e do trovão, dono do fogo, foi um grande rei que unificou todo um povo. Foi ele quem criou o culto de Egungun, sendo ele um dos Orixás que exerce poder sobre os mortos. Xangô é a roupa da morte, por este motivo não deve faltar nos Egbòs de Iku e Egun, o vermelho que lhe pertence. [carece de fontes]Ao se manifestar nos Candomblés, não deve faltar em sua vestimenta uma espécie de saieta, com cores variadas e fortes, que representam as vestes dos Eguns.

Um pouco da minha experiência

Em minhas andanças em vários terreiros e roças por esse mundo afora, aprendi um pouco sobre essa força que é denominada Xangô e de alguns espíritos que se manifestam sob essa vibração.

Aprendi algumas coisas interessantes e outras nem tão interessantes assim, mas que merecem ser vistas e vividas e, mais do que tudo, estudadas.

O mundo dos espíritos é vasto. Podemos ter uma idéia clara referente a isso apenas analisando o mundo dos encarnados, pois o planeta é vasto e abriga uma série de culturas, costumes e religiões e, mesmo imperando o preconceito em nossas almas para aceitarmos as várias formas de cultuarmos Deus, os espíritos sempre dão um jeitinho para se manifestar em nosso plano através da mediunidade de muitos para nos consolar.

E uma dessas maneiras são os espíritos que se manifestam nas várias linhagens da Umbanda e do Candomblé sob a vibração do orixá Xangô, considerado o orixá do trovão, dos raios, e também o orixá que carrega em sua vibração a força das pedras (minerais) e, também, considerado o orixá da Justiça.

Muitos dos espíritos que se manifestam nessa vibração são sérios, carrancudos, pouco falantes, mas também, outros que são opostos a esses, são faladores chegando a ter uma pitada de brincadeira na maneira que eles jogam as palavras para os ouvintes.

Os chamados “filhos de Xangô” são bastante notáveis quando se tem uma relação com eles, principalmente quando se trata de algo que envolve a área profissional. Muitos deles (quando não – todos eles) pedem sua opinião sobre determinada questão, ouvem de bom grado todos seus conselhos sobre aquele determinado assunto, mesmo que tudo isso que ele está ouvindo não vá mudar nenhuma palavra da decisão que ele já tomou para si. São batalhadores, pessoas extremamente justas e generosas (essa questão de generosidade é no sentido de quando eles recebem alguma ajuda de alguém e agem com justiça na questão da generosidade – diferente de se utilizar a palavra generosidade relacionando caridade). Um aspecto negativo de pessoas regidas pelo orixá Xangô é a questão do orgulho. Essas pessoas são bastante orgulhosas de si e de coisas que faz.

Em minhas experiências e em minha mediunidade, me descrevo apenas duas situações específicas envolvendo espíritos dessa vibração:

1- Em um terreiro se manifestava um espírito que se utilizava do próprio nome “Xangô” para se manifestar e trabalhar em questões envolvendo trabalho, vida profissional, conversas fraternas, etc. Tínhamos muita dificuldade para entender o que ele dizia, pois ele utilizava de uma linguagem bastante complicada para compreender a fala, uma mistura de tupi-guarani com yorubá, além da voz baixíssima e, para ajudar ainda mais, o espírito encurvava todo o corpo do médium para frente, fazendo com que o som soasse para baixo.

2- Outra situação é envolvendo minha própria mediunidade que se manifesta um espírito chamado de S. Zé do Côco, com sotaque baiano, muito alegre e que, segundo informações passadas por ele, ele trabalha sob a vibração do orixá Xangô. Ele se envolve em questões de ordem profissional, trabalha com espíritos mais endurecidos, gosta de trazer ensinamentos sobre guias que se manifestam nas chamadas linhas de Umbanda, trabalha com benzimentos, cruzamentos em patuás, etc. Falando muito sobre as questões do livre-arbítrio, o respeito mútuo que os espíritos encarnados e desencarnados devem ter uns com os outros, ele vai envolvendo-nos em uma aura de alegria, despertamento espiritual e seriedade ao mesmo tempo. Come côco até não poder mais, adora comidas quentes, baianas e, claro que bebe muita água de côco também.

Um dos aprendizados que tive desde o início da manifestação do S. Zé através da minha mediunidade é a responsabilidade que temos quando fazemos nossos pedidos a ele. Muitas vezes, nosso pensamento mais voltado para o egoísmo, trai nós mesmos, levando-nos a fazer os pedidos mais mesquinhos e, esquecendo-nos que ele S. Zé é um trabalhador da seara do bem que respeita as leis de Ação e Reação e Livre-arbítrio que regem todo nosso universo. “Peça a coisa certa com o coração aberto ao Pai, que receberás as bênçãos que virão dos céus!”

Se eu fosse escrever tudo o que aprendi com S.Zé, eu escreveria um grande livro aqui, porém não é esse meu intuito, e sim mostrar a ligação desse espírito com as questões mais abrangentes relacionadas ao orixá Xangô, que tem a representação do que foi descrito no início deste post.

Comentários?

Abraços

Carlinhos

2 comentários:

  1. Parabéns! Gostei da publicação, histórias bem interessantes de serem compartilhadas.
    Grande abraço fraterno.

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  2. Adorei esse post
    Eu estou gatinhando na Umbanda em termos de teorias, mas tive a felicidade de receber como um dos guias S Zé do Côco que ontem me falou que trabalha na vibração de Xangô e ontem qdo eu tinha feito uma oferenda a Xangô ele espontaneamente veio me ajudar numa questão muito dificil que se arrastava a anos e hje ja veio a solução. Se puder me fale mais de suas experiencias com essa falange tão maravilhosa. Obrigado por partilhar .

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